A Variabilidade da Frequência Cardíaca na Gestão do Estresse e Melhora da Performance Profissional

Quando o assunto é Peak Performance (desempenho máximo), a primeira ideia que nos vem à mente é a atuação de um atleta de nível mundial. No cenário do alto rendimento, as Ciências do Esporte realizam pesquisas constantes na busca de metodologias e processos de treinamento, objetivando desenvolver programas eficazes e integrados de preparação física, técnica, tática e, principalmente psicológica, que garantam o melhor desempenho nos principais momentos competitivos. Profissionais de diversas áreas colaboram na elaboração desses programas de treinamento. Essa sinergia multidisciplinar tem garantido a crescente evolução dos métodos de preparação, com a quebra constante de recordes individuais e atuações espetaculares nos esportes coletivos.

Porém, não é só no cenário desportivo que encontramos a busca pelo desempenho máximo. No mundo corporativo, no dia a dia profissional, e em todas as áreas de atuação do ser humano, observamos uma competitividade crescente, gerando o mesmo grau de estresse vivenciado pelos atletas de nível mundial. Assim como no esporte, o “atleta corporativo” enfrenta momentos críticos; porém, com o agravante das incertezas diárias, fruto do mercado globalizado e da instabilidade empregatícia.

O estresse ocupacional atua de forma crônica e cumulativa aos demais estressores. Quando não claramente percebido e gerenciado pelo profissional, causa redução significativa na qualidade de vida, com consequências para a saúde física e mental. Ações para redução e gerenciamento do estresse no trabalho estão no topo dos programas de qualidade ocupacional em todo mundo. As estatísticas são preocupantes. Conforme pesquisa realizada pela International Stress Management Association (ISMA-BR), estima-se que em 2018 no Brasil, 32% dos trabalhadores enfrentaram algum tipo de problema causado pelo estresse ocupacional; número que tende a crescer na mesma proporção da competitividade gerada pela integração dos mercados.

Ana Maria Rossi, presidente da ISMA-BR, observa que a queda na produtividade e no desempenho, a falta de concentração, as dores musculares, enxaqueca, irritação, problemas digestivos, doenças cardiovasculares e o afastamento por transtornos de ansiedade e esgotamento físico e mental (burnout), são situações que estão correlacionadas ao fenômeno da exposição crônica aos estressores ocupacionais, gerando, além dos prejuízos à saúde do trabalhador, um custo de 80 bilhões para as empresas brasileiras em 2018, representando cerca de 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. No ranking mundial de prevalência da síndrome de burnout, conforme os dados de 2018, o Brasil ocupou a segunda posição, ganhando dos chineses e americanos, e perdendo apenas para os japoneses, que apresentaram 70% da população atingida.

Considerando que uma parcela significativa dos estressores são provenientes do contexto extra organização, além das ações que visam a melhoria das condições de trabalho, é importante capacitar o “atleta corporativo” com estratégias de enfrentamento e autodomínio dos estados mentais/emocionais, utilizando as mesmas técnicas e métodos que garantem a performance ótima dos atletas Olímpicos nos momentos críticos. Essa é a proposta do Psicólogo Silvio Aguiar, fundador da NeuroPower, especializado na elaboração de programas de treinamento das habilidades psicológicas para a Peak Performance esportiva, acadêmica e profissional.

Com base na Psicofisiologia Aplicada e com os avanços da microinformática, dispomos hoje de sistemas eficazes e de baixo custo que permitem elaborar um programa de gerenciamento do estresse organizacional, utilizando as técnicas de Biofeedback (BFK) e Neurofeedback (NFK). Assim como no esporte, partimos dos dados obtidos na avaliação inicial para elaborar os protocolos individualizados de treinamento e o programa específico de gerenciamento do estresse para a organização, ressalta Aguiar.

Atualmente, a utilização do BFK Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) se destaca dentre as demais modalidades. Com sua eficácia cientificamente comprovada, os indicadores de VFC permitem de forma prática, econômica e não invasiva, aferir a capacidade de autorregulação do organismo, através da avaliação do Sistema Nervoso Autônomo (SNA), mensurando o equilíbrio entre a capacidade de enfrentamento (ramo Simpático do SNA) e de recuperação (ramo Parassimpático do SNA) do organismo. Os dados gerados nas avaliações, além de mensurar o tônus autonômico individual, permitem mapear os setores da organização que concentram maiores níveis de estresse e, por conseguinte, maior possibilidade de desenvolvimento e/ou presença da síndrome de burnout (SB).

Dessa forma, a implementação de um programa de gestão do estresse organizacional com base na VFC, como o desenvolvido pela NeuroPower, além de capacitar os profissionais para o enfrentamento dos estressores, permite executar de forma eficaz e proativa, ações que melhorem as condições de trabalho, com impacto positivo na saúde, no bem-estar e na produtividade dos colaboradores.